quarta-feira, janeiro 31, 2007

Facts & figures



(and special effects)

You Kant always get what you want

Sobretudo quando se quer .

segunda-feira, janeiro 29, 2007

Dénouement

Casam-se os amantes, desfazem-se os equívocos, revelam-se os segredos, morre o vilão e assim se perde o interesse.

domingo, janeiro 28, 2007

Late Night Video

quinta-feira, janeiro 25, 2007

Nunca tenho dúvidas


O nome de José Cura foi-me apresentado como sendo "o Pavarotti português". Perante a minha cara de ponto de interrogação, o Rodrigo teve ainda a gentileza de me explicar, com gestos de sapientíssimo professor, que havia Pavarotti, Carreras, Plácido Domingo - e José Cura, o quarto tenor desconhecido. Uma espécie de hidden track, portanto. Ora, seguindo o link da wikipedia, fiquei a saber que o tenor José Cura (o tal "Pavarotti português") é na verdade argentino e também barítono, maestro, actor, artista-malabarista (como a fotografia demonstra tão bem) e cabeça de cartaz no concerto de hoje no Pavilhão Atlântico, com diversos convidados de "renome", tais como Luís Represas e Rui Veloso [pausa para contemplar tamanha maravilha].

E assim se desfazem as minhas dúvidas: Cura é o homem dos mil talentos, ao mesmo nível dos Il Divo (o que dá 250 talentos para cada um daqueles bonecos de borracha líricos), ou de José Pedro Gomes, num registo um pouco diferente que é o de ser o homem das mil caretas mais ridículas de sempre.

Obrigada, mas não, obrigada.

segunda-feira, janeiro 22, 2007

Divulgação institucional

É já amanhã, terça-feira, o lançamento do livro do Blogue do Não, uma versão compacta e facilmente transportável dos textos mais relevantes das primeiras 10 semanas de vida deste blogue. O livro será apresentado por Maria do Rosário Carneiro, Kátia Guerreiro e Francisco Sarsfield Cabral e a sessão decorrerá no Hotel Tivoli (Avenida da Liberdade, Lisboa), às 18h30.

Lá estarei.

sábado, janeiro 20, 2007

(incluindo o que está aqui dentro)

Agora que penso nisso,

"dar o nome para a tropa" é uma expressão de alto valor poético.

Difícil

O sobrinho mais velho já foi dar o nome para a tropa e todos se comovem com a rapidez com que os anos passam. Entretanto, chega a (feliz) notícia de que vai nascer mais um sobrinho (o 11º) ainda este ano, e uma vez mais todos se comovem com a perspectiva de uma nova vida a caminho, ainda por cima há muito desejada. Está difícil resistir ao tempo.

quinta-feira, janeiro 18, 2007

ID (ii)

Alguém me dizia que achava um cliché insuportável fazer trocadilhos à volta do género indefinido de Evelyn Waugh e George Eliot. E eu que sempre gostei de trocadilhos de género indefinido.

ID

y perguntava a z o que z achava de x.

z dizia a y que x era uma incógnita.

segunda-feira, janeiro 15, 2007

Sequência lógica

Ultrasom, ultravioleta, ultrapasteurizado, ultralevur.

Perguntas sem resposta

Quando me disseram que havia um actor da série Morangos Com Açúcar na lista dos 100 Grandes Portugueses, tive primeiro uma apoplexia e depois encarei a verdade: a presença de Hélio Pestana dá credibilidade a este concurso, caso contrário seria levada a crer que o povo português já só se interessava por grandes escritores e estadistas.

O que eu não percebo mesmo é o insondável mistério do nome "Maria do Carmo Seabra" nesta lista. Note-se que não me refiro sequer à sua irrelevância política até agora (pode ser que um dia volte a ter "paciência" para a política e cumpra um papel glorioso na nossa história). Refiro-me ao mistério de saber quem votou em Maria do Carmo Seabra. Quem é que se lembrou do nome dela? Quem é que ainda se lembra dela? E porquê - meu Deus - porquê?

quarta-feira, janeiro 10, 2007

They call him the Wanderer


"Once upon a time there was a man of between thirty and eighty-two years old. He used to get up in the morning and have a small breakfast, and after breakfast he put on a coat and he'd go wandering round, for several hours, through the trees and through the shrubs, and when he'd wandered round for several hours he'd wander back again, to where he'd wandered from. And he'd have a bit of lunch and then he'd go out and start wandering about again. Wander, wander, wander. He'd go wandering o'er the hill and o'er the dale. That's where poets wander, is o'er the hill and dale. Other people wander over hill and dale. But not the poets they go o'er, o'er they go, they think it sounds better."

Este post está de acordo com a nova TLEBS

Paulo Portas inventou ontem [advérbio adjunto de tempo], cerca das 23h37, uma nova palavra: recadologia [nome concreto, comum, não animado, não humano e não contável].

A partir de agora, temos ao nosso dispor uma teoria do conhecimento em torno do "recadinho". Observemos a praxis: uma pessoa termina uma relação amorosa por sms; uma personagem [nome sobrecomum de género volátil] de um livro oitocentista manda a criada entregar uma carta lacrada ao tio que vive no campo; um blogger linka [neologismo] outro para chamar a atenção da blogosfera [palavra formada por composição morfossintáctica] vizinha, e com isso faz disparar o seu sitemeter, ao que se [pronome pessoal átono] segue uma catrefada [arcaísmo] de posts para "segurar" a nova audiência, até ao dia em que cai de novo na indiferença de todos [quantificador universal].

«Recadologia» passou a constar da minha lista de palavras elípticas preferidas (isto é, aquelas que sintetizam num único conceito aquilo que demoraria demasiado tempo a explicar), algures entre «homessa» e «não».

segunda-feira, janeiro 08, 2007

Wishful thinking

Viviam felizes na crença de que os fins de semana eram estados de graça permanentes.

Cale & Eno

Ao lado toca "The River", para vozes e tempos de nostalgia.

Lição de Cícero (2)

“Que as armas cedam a vez à toga, os louros ao elogio.”

Enquanto que a arte do general conserva o esplendor da paz, a arte do bom orador repele os perigos da guerra. Em Portugal já não há generais e a nova geração de políticos também não produziu oradores eficazes. Valha-nos a doce mediania.

sexta-feira, janeiro 05, 2007

Um dia normal de trabalho

Circulo, a muito custo, por entre os elefantes de quatro rodas espalhados pela praça do Império. O «agente d'autoridade» manda-me encostar e pergunta-me, com a fina ironia característica da espécie:

- Desculpe, vai participar no Lisboa-Dakar?
- Não, vou dar aulas ali mesmo à frente. Posso passar?
- Lamento, mas a via encontra-se temporariamente obstruída.
- Bem sei, mas é que é mesmo já ali à frente.
- Tem que ir dar a 'volta por trás' (= buzinadelas, filas intermináveis, serpentinas de eléctricos parados)

Depois da odisseia rodoviária e da consequente irritação, foi com particular empolamento que me dediquei ao tema da regressão civilizacional das crianças no livro Lord of The Flies, conseguindo até (milagre) arrancar alguns alunos do estado catatónico habitual. Ou, por outras palavras, um dia normal de trabalho enquanto acto contínuo de expiação.