Sobre a privacidade de uns e de outros
O sigilo existe para salvaguardar a privacidade do paciente ou do cliente. Óbvio. Médicos e advogados têm em seu poder informações que de forma alguma podem ser objecto de conversa fora do consultório ou do escritório, pois isso seria desleal e representaria a quebra de um compromisso. Por outro lado, se um médico ou advogado distraidamente quebra esse sigilo a que está obrigado, está a pôr em causa a privacidade de uns e de outros: a do paciente/cliente e a do próprio ouvinte, a quem são distraidamente revelados segredos macabros (ou não).
Tomemos como exemplo um advogado que comenta com alguém que uma pessoa sua conhecida está empenhada em processar o ex-marido por "incompetência camal" a toda a prova. Ou um médico que desbafa à hora do jantar que a vizinha do lado teve um valente ataque de gonorreia. Das insuficiências e maleitas sórdidas dos outros quero mesmo é distância - e, já agora, alguma privacidade.
Tomemos como exemplo um advogado que comenta com alguém que uma pessoa sua conhecida está empenhada em processar o ex-marido por "incompetência camal" a toda a prova. Ou um médico que desbafa à hora do jantar que a vizinha do lado teve um valente ataque de gonorreia. Das insuficiências e maleitas sórdidas dos outros quero mesmo é distância - e, já agora, alguma privacidade.
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