O império do futuro
Os portugueses têm uma extraordinária capacidade de discorrer durante horas a fio sobre temas em torno do não-acontecimento, pois o que não aconteceu é muito mais interessante do que aquilo que aconteceu de facto. E é fácil perceber porquê: o que ainda não aconteceu dá azo a especulações várias, cenários hipotéticos e antevisões catastróficas; o que aconteceu já não pode ser modificado, pelo que se torna imediatamente maçador.
Em cada português há um Nostradamus frustrado, um profeta sem púlpito que anseia pelo seu pequeno momento de atenção, e na verdade não há nada mais português do que a mania de alterar, acrescentar, inventar e deturpar, com mais ou menos engenho. Somos mestres na arte da farsa e do diz-que-sim, mas continuamos a viver na terna ingenuidade de que somos os únicos a enganar os outros, e nunca o contrário.
Em cada português há um Nostradamus frustrado, um profeta sem púlpito que anseia pelo seu pequeno momento de atenção, e na verdade não há nada mais português do que a mania de alterar, acrescentar, inventar e deturpar, com mais ou menos engenho. Somos mestres na arte da farsa e do diz-que-sim, mas continuamos a viver na terna ingenuidade de que somos os únicos a enganar os outros, e nunca o contrário.
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