Mira técnica
Durante muitos anos adormecia em sossego absoluto, ligada aos fios de um walkman encarnado sempre a tocar as mesmas cassetes com músicas que eu já sabia de cor. Vários anos a deitar-me tardíssimo e inúmeras noitadas depois, adormeço agora com uma espécie de mira técnica na minha cabeça: cores berrantes às riscas e um zumbido de moscas nos ouvidos a embalar-me. Acho que é a isto que se chama crescer.
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