1. Vasco Granja e bonecos de plasticina e jornal velho de "reconhecidos animadores polacos"
2. TV Rural e qualquer coisa sobre maçãs podres na Covilhã
3. assistir à transmissão da mensagem de Ano Novo do Papa, todos os anos
4. o inenarrável Sequim D'Oro, também no dia de Ano Novo
5. 70x7
6. Vivó Gordo ("Leva tudo, geléia!")
7. os separadores entre programas, com fundo de moscas e um som de molas enferrujadas
8. presidenciais de 1986 (Freitas do Amaral)
9. leite com Ovomaltine
10. chocolates Regina com sabor a morango
11. umas pastilhas de cálcio, numa caixa metálica cor-de-rosa, que a minha Mãe me obrigava a engolir todos os dias
12. Nestum Mel, sempre com grumos
13. pasta de dentes Binaca (um horror)
14. as fardas castanhas do colégio das minhas irmãs
15. usar as mesmas roupas que os meus irmãos tinham usado 15 anos antes e sentir-me a pessoa mais infeliz do mundo
16. estar com varicela e darem-me um livro de exercícios de gramática para me "entreter" (resultou)
17. ser chamada de "espirra-canivetes"
18. ler às escondidas por baixo dos lençóis com uma lanterna
19. ouvir rádio em frequência AM às escondidas por baixo dos lençóis, sem lanterna
20. fazer muitas coisas às escondidas e mentir descaradamente quando era apanhada, o que acontecia quase sempre
21. obrigar o meu Pai a levantar-me no ar para poder tocar no tecto com a ponta dos dedos (invejo agora os meus sobrinhos)
22. jogar mahjong e não perceber nada dos ventos, dos dragões, dos bambus, e amuar por nunca me deixarem ser "a banca"
23. quando apareciam as malfadadas tangerinas ao jantar, havia sempre um Assurancetourix que entoava "
Oh my darling, Clementine!" (com a diferença de não ficar dependurado num ramo de uma árvore até ao fim do banquete)
24. fazer desenhos e deixá-los em cima das almofadas da cama dos meus pais com recados do género "hoje portei-me bem" ou "não gosto de tangerinas"
Única sobrevivência: continuo a não gostar de tangerinas.